quinta-feira, 14 de abril de 2011

Massagem Tailandesa

Muitas vezes a Massagem Tailandesa é mal interpretada, aqui fica uma breve descrição da mesma...

Também denominada de Massagem Thai, pensa-se que tenha sido desenvolvida pelo Dr. Jivaka Kumar Baccha, médico contemporâneo de Buda, e que tenha chegado aos nossos dias pela tradição oral e através de ensinamentos que foram passando de mestre para discípulo.

Trata-se de uma massagem baseada em alongamentos musculares passivos e em pressões suaves e profundas, ao longo dos canais energéticos corporais, e que trabalha não só a parte física como também, e sobretudo, a nível emocional. Os bloqueios e a estagnação energética vital são removidos, dando ao indivíduo uma sensação de bem-estar, pela libertação de endorfinas.
Os músculos e as articulações são trabalhados, equilibrando os níveis energéticos e aumentando a flexibilidade.



Realizada no chão, sobre uma esteira ou colchão específico, o indivíduo encontra-se vestido e não é utilizado qualquer tipo de óleo. Como instrumentos de pressão utilizam-se os pés, as mãos, polegares, cotovelos, joelhos e os antebraços.

Aqui fica uma amostra da AGAMATEMA...



Fiquem bem :)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A importância da Anamnese (Ficha clínica)


Já algumas vezes que aqui falo da Anamnese... mas nem todos sabem do que se trata. Por isso cá vai uma breve explicação:

A Anamnese é um documento confidencial essencial que precede qualquer terapia manual. É através dela que o terapeuta conhece o historial clínico do seu paciente/cliente e estabelece qual a terapia que melhor se adequa às suas necessidades específicas.
O preenchimento desta ficha clínica é uma regra de ouro que nunca deve ser descurada, correndo-se o risco de efectuar tratamentos prejudiciais caso isso aconteça.
Após a análise da Anamnese o terapeuta pode, e deve, dependendo dos casos, encaminhar o paciente para outro profissional de saúde mais competente.

O conteúdo da Anamnese varia de acordo com a terapia pretendida, pois cada uma tem as suas especificidades e tem que se focar em pontos específicos. No entanto, existem campos comuns na sua grande maioria.
1.      Dados Pessoais - a profissão ajuda o terapeuta a entender a dor do seu paciente, explicando alguns desequilíbrios musculares ou posturais;

2.      Histórico Clínico e Sintomas - Percebe-se porque o paciente procurou esta terapia, o que dói, onde dói, desde quando dói e a intensidade da dor.
A dor e o seu entendimento são relativos e variam de pessoa para pessoa.

2.1.                     Escalas de medição da dor
Existem escalas para medição da intensidade da dor, que deverão estar incluídas na anamnese, e que ajudarão o terapeuta a melhor entender o seu paciente.
- Escala numérica: Sendo o 0 a ausência de dor e o 10 a dor máxima suportável;
 

- Escala visual analógica: Indicando-se um ponto ou vários ao longo do tratamento.
 
 - Escala de Faces

- Escala Corporal: onde deverão ser indicados os locais de dor. Também é utilizada em tratamentos de estética.


Aqui deverão, ainda, estar indicados todos os tratamentos já realizados, sejam convencionais ou alternativos, problemas de saúde e a medicação a que está sujeito. O terapeuta deverá saber quando é necessária uma autorização médica para a realização de determinada terapia.

3.      Análise, programação e registo de tratamentos – Depois de analisada a anamnese deve ser definido um programa de tratamentos, com os objectivos de cada sessão e os seus resultados. O terapeuta deverá solicitar ao paciente que relate os efeitos do tratamento efectuado. 

E é isto... espero que tenham ficado com uma ideia da importância que a ficha clínica tem para qualquer tratamento.

Fiquem bem... :)

domingo, 3 de abril de 2011

A DLM no tratamento pós-cirurgico - testemunho da Sandra Matinhos

Para que se entenda melhor a importância da DLM em casos, por exemplo pós operatórios, cá está o testemunho da Sandra Matinhos... a quem só tenho que agradecer.!!!

Nome: Sandra Maria Mestre Matinhos
Patologia: Cancro invasivo da mama direito, com linfedema crónico subsequente.

Os tratamentos a que foi sujeita afectaram o normal funcionamento sistema linfático?
“Devido à linfadanectomia axilar, o braço direito ficou sem imunidade e sem capacidade de retorno no sistema linfático, provocando diminuição das capacidades físicas do mesmo e provocando ainda um edema crónico.”

Os bloqueios linfáticos em edema crónico provocam dor?
“Sim.  A sensação de “braço e mão inchados” provocam imensa dor e incómodo. Os movimentos são tornam-se lentos e requerem esforço.”

A que tipos de tratamentos foi sujeito na sua recuperação?
“Operações: mastectomia parcial da mama direita; linfadanectomia axilar (extracção dos gânglios linfáticos localizados na axila).
Tratamentos: quimioterapia-10 ciclos; radioterapia-35 sessões.
Fisioterapia: massagens de drenagem linfática mecânica e manual; exercícios de fisiatria de recuperação de movimentos da articulação do ombro.”

Em que sentido a Drenagem Linfática ajudou, ou ajuda, na recuperação?
“Na recuperação do edema, já efectuei drenagens linfáticas mecânicas com a pressoterapia (manga), aliviou o edema do braço mas piorou, em muito, o edema da mama tornando-se insustentável prosseguir com o tratamento.
Então optei por fazer somente drenagens linfáticas manuais, o que resulta muito bem, dando grande alívio na dor e permitindo efectuar alguns movimentos articulares com maior facilidade, quer no braço quer na mão e dedos. Mas faço uma chama da de atenção para o seguinte: é necessário complementar o tratamento com uma drenagem linfática manual também à zona mamária.
Para assegurar os benefícios da drenagem linfática, foi-me indicado usar diariamente uma manga e luvas elásticas.”

DLM - Drenagem Linfática Manual

A Drenagem Linfática Manual (DLM) tem, até hoje dois métodos terapêuticos aceites – o método Vodder e o Leduc, e é, a meu ver, uma das massagens com mais propriedades terapêuticas aplicadas dentro do SPA.
Desenvolvido pelo Dr. Emil Vodder, e pela sua esposa, na primeira metade do século passado, surgiu pela necessidade que este sentiu em tratar sintomas comuns a grande parte dos seus pacientes – p.e. gânglios linfáticos obstruídos ou retenção de líquidos.

De um modo geral a DLM tem como objectivo estimular a corrente linfática, de modo a libertar o corpo de toxinas nocivas ao organismo e nutrir os tecidos, regenerando-os. Mas a aplicação desta técnica vai muito além desta breve descrição, apresentando efeitos anti-edematosos, anti-fibrosantes, anti-stress, antiálgicos, anti-espasmódicos, regeneradores, desintoxicantes e estimulantes da circulação. Garante não só a eliminação do líquido excedentário, como potencializa as capacidades dos vasos linfáticos, reeducando o sistema lesado.

A DLM não pode ser vista como uma terapia etiológica, pois a sua aplicação não é suficiente, por si só, para resolver uma patologia edematosa, sendo os cuidados médicos fundamentais.

Nos casos de interrupção linfática, ou seja, quando a capacidade de absorção se encontra limitada, assiste-se á formação do edema – linfedema.
O edema é a prova física que o sistema linfático apresenta algum tipo de bloqueio, que o impede de cumprir a sua função de reabsorção. Existem dois tipos de linfedema:
~        Linfedema Primário – causado por deficiências no sistema linfático, pode ser congénito ou hereditário a aparece no nascimento, na adolescência ou em fase adulta;
~        Linfedema Secundário – surgem como resultado de traumatismos externos ou a patologias que afectam as vias. Cada vez mais, estes linfedemas estão associados a situações neoplásicas e a complicações decorrentes de intervenções cirúrgicas, como se pode ver no estudo de caso apresentado a seguir. Pode-se ainda ter como causas, embora em menor número, fracturas, intervenções vasculares ou reacções espasmódicas decorrentes de procedimentos linfáticos.

Assim, a caracterização do linfedema e o seu tratamento dependem do momento e das circunstâncias do seu aparecimento.
A instalação do linfedema é indolor, no entanto, e dependendo do evoluir desta condição é possível que surjam sensações dolorosas desencadeadas, por exemplo, pelo aumento de volume do edema, o seu peso ou pela retracção tecidular, com especial incidência em tecido cicatricial com problemas de aderências.

Antes de iniciar um tratamento de DLM é fundamental a análise da anamnese, para compreender se a patologia é antiga ou recente, local ou generalizada, e quais as suas causas, para que se seja possível adaptar o tratamento ao paciente. Sendo esta uma terapia complementar ao tratamento médico, e muitas vezes solicitada no âmbito do tratamento pós-cirúrgico, é importante existir uma prescrição médica.

O tratamento por DLM é importante para evitar a formação de aderências no tecido cicatricial, promovendo a elasticidade do mesmo. A cicatriz não desaparece mas a sua pigmentação é atenuada.

Os movimentos usados na DLM são lentos e precisos, imitando o ritmo natural de contracção e relaxamento dos vasos linfáticos, de modo a aumentar o fluxo de linfa.
A DLM deve ser sempre uma massagem agradável, ausente de qualquer tipo de dor.

As contra-indicações da DLM são em muito semelhantes ás da massagem de um modo geral:
~        Situações malignas;
~        Estados infecciosos;
~        Acidentes vasculares;
~        Insuficiência renal grave;
~        Disfunções tiroideias;
~        Entre outros.

O tratamento de linfedemas, variando de caso para caso, com DLM deve ser diário e pode, ou não, ser complementado com o uso de pressoterapia, e de contenção adaptada.

Recomendo a visita ao blog de uma boa amiga e uma história de vida: http://sandramatinhos.blogspot.com/

Fiquem bem... :)


sexta-feira, 1 de abril de 2011

A Massagem...

Como não escrevo há imenso tempo, cá vai um testamento... para que quem não sabe possa ter uma ideia... :-)

Segundos registos históricos, a massagem começou a ser utilizada no Oriente cerca de 3000 anos antes do nascimento de Cristo, tendo sido depois referidos os seus benefícios em povos da Índia (1800 a.C.), Egipto, Pérsia e Japão. O poder curativo da massagem vem ainda referido em literatura grega e romana como um dos principais métodos de alívio da dor, aplicada muitas vezes aos seus guerreiros.

Enquanto que, no Oriente a massagem é vista como uma forma de relacionar a mente, o corpo e o espírito, no Ocidente ainda se faz a nítida separação entre os sintomas físicos e o individuo como um todo.

Provavelmente um dos métodos mais antigos para o tratamento da dor, a massagem, independentemente da técnica utilizada, deve ser aplicada como complemento a outras abordagens, sejam elas médicas ou complementares.

A massagem é muito importante para o equilíbrio emocional do indivíduo. A sensação de relaxamento, aplicada inicialmente sobre o músculo, é sentida posteriormente por todo o corpo, influenciando o estado emocional de quem a recebe.
Além da sua importância a nível emocional, o papel da massagem é fundamental para o correcto funcionamento do sistema nervoso, circulatório, linfático, músculo-esquelético e respiratório.

A massagem, desde que aplicada por terapeutas especializados, vai ajudar na eliminação de toxinas e resíduos nocivos ao organismo, trabalhando através do sistema circulatório, sobretudo do retorno venoso e linfático.

No entanto, apesar dos seus benefícios serem comprovados, existem também diversas patologias em que a massagem é contra-indicada. Nestes casos é fundamental uma análise detalhada da anamnese, para que se possa adaptar o tratamento á patologia apresentada. Este passo é de extrema importância para evitar o agravamento das situações dolorosas.
Além da análise cuidada da anamnese, é importante que o terapeuta saiba identificar sintomas e indícios de possíveis contra-indicações. Mais uma vez se realça a importância da cooperação entre o terapeuta e o médico do paciente, em alguns casos a massagem não deverá ser realizada sem a devida prescrição médica.
Existem casos óbvios de contra-indicações, como por exemplo estados febris, eczemas, tromboses ou varicoses.  Por outro lado, existem as contra-indicações que não são facilmente detectáveis e que têm obrigatoriamente que ser fornecidas por parte do paciente, como o historial oncológico, problemas cardíacos, nervosos ou ósseos.
A estimulação sanguínea e linfática provocada pela massagem, poderia provocar, por exemplo, a propagação de células cancerígenas para outras zonas, pelo que não deve ser realizada a menos que o médico aconselhe.
No entanto, a massagem, mais especificamente, a drenagem linfática manual (DLM) é comum no tratamento de pacientes oncológicos, sobretudo no caso do cancro da mama, com linfedema crónico, onde os gânglios ou vasos linfáticos sofrem bloqueios devido á radioterapia.

Cada caso é um caso, como tal, os pacientes reagem de formas diferentes em períodos temporais distintos, sendo que este facto deve ser considerado normal. Do mesmo modo a reacção física após a massagem também varia de pessoa para pessoa.
É normal que, após a aplicação das diferentes técnicas de massagem, o paciente sinta os efeitos físicos da mesma. Quando existe uma super-estimulação dos nervos sensoriais, com massagens mais profundas e/ou alongamentos, é normal que se sinta uma ligeira sensação de dor; depois de uma massagem no abdómen, ou uma drenagem linfática, o paciente sentirá a necessidade de ir a casa de banho; os relatos de peso na cabeça ou necessidade de assoar o nariz são normais e passageiros, indicando apenas que o corpo está a libertar toxinas. 

Existem diversos tipos de massagem, desenvolvidos ao longo do tempo, com várias aplicações, diferentes objectivos e técnicas adaptadas.
Essas vou desenvolvendo depois... :)


Abreijos a todos