domingo, 3 de abril de 2011

DLM - Drenagem Linfática Manual

A Drenagem Linfática Manual (DLM) tem, até hoje dois métodos terapêuticos aceites – o método Vodder e o Leduc, e é, a meu ver, uma das massagens com mais propriedades terapêuticas aplicadas dentro do SPA.
Desenvolvido pelo Dr. Emil Vodder, e pela sua esposa, na primeira metade do século passado, surgiu pela necessidade que este sentiu em tratar sintomas comuns a grande parte dos seus pacientes – p.e. gânglios linfáticos obstruídos ou retenção de líquidos.

De um modo geral a DLM tem como objectivo estimular a corrente linfática, de modo a libertar o corpo de toxinas nocivas ao organismo e nutrir os tecidos, regenerando-os. Mas a aplicação desta técnica vai muito além desta breve descrição, apresentando efeitos anti-edematosos, anti-fibrosantes, anti-stress, antiálgicos, anti-espasmódicos, regeneradores, desintoxicantes e estimulantes da circulação. Garante não só a eliminação do líquido excedentário, como potencializa as capacidades dos vasos linfáticos, reeducando o sistema lesado.

A DLM não pode ser vista como uma terapia etiológica, pois a sua aplicação não é suficiente, por si só, para resolver uma patologia edematosa, sendo os cuidados médicos fundamentais.

Nos casos de interrupção linfática, ou seja, quando a capacidade de absorção se encontra limitada, assiste-se á formação do edema – linfedema.
O edema é a prova física que o sistema linfático apresenta algum tipo de bloqueio, que o impede de cumprir a sua função de reabsorção. Existem dois tipos de linfedema:
~        Linfedema Primário – causado por deficiências no sistema linfático, pode ser congénito ou hereditário a aparece no nascimento, na adolescência ou em fase adulta;
~        Linfedema Secundário – surgem como resultado de traumatismos externos ou a patologias que afectam as vias. Cada vez mais, estes linfedemas estão associados a situações neoplásicas e a complicações decorrentes de intervenções cirúrgicas, como se pode ver no estudo de caso apresentado a seguir. Pode-se ainda ter como causas, embora em menor número, fracturas, intervenções vasculares ou reacções espasmódicas decorrentes de procedimentos linfáticos.

Assim, a caracterização do linfedema e o seu tratamento dependem do momento e das circunstâncias do seu aparecimento.
A instalação do linfedema é indolor, no entanto, e dependendo do evoluir desta condição é possível que surjam sensações dolorosas desencadeadas, por exemplo, pelo aumento de volume do edema, o seu peso ou pela retracção tecidular, com especial incidência em tecido cicatricial com problemas de aderências.

Antes de iniciar um tratamento de DLM é fundamental a análise da anamnese, para compreender se a patologia é antiga ou recente, local ou generalizada, e quais as suas causas, para que se seja possível adaptar o tratamento ao paciente. Sendo esta uma terapia complementar ao tratamento médico, e muitas vezes solicitada no âmbito do tratamento pós-cirúrgico, é importante existir uma prescrição médica.

O tratamento por DLM é importante para evitar a formação de aderências no tecido cicatricial, promovendo a elasticidade do mesmo. A cicatriz não desaparece mas a sua pigmentação é atenuada.

Os movimentos usados na DLM são lentos e precisos, imitando o ritmo natural de contracção e relaxamento dos vasos linfáticos, de modo a aumentar o fluxo de linfa.
A DLM deve ser sempre uma massagem agradável, ausente de qualquer tipo de dor.

As contra-indicações da DLM são em muito semelhantes ás da massagem de um modo geral:
~        Situações malignas;
~        Estados infecciosos;
~        Acidentes vasculares;
~        Insuficiência renal grave;
~        Disfunções tiroideias;
~        Entre outros.

O tratamento de linfedemas, variando de caso para caso, com DLM deve ser diário e pode, ou não, ser complementado com o uso de pressoterapia, e de contenção adaptada.

Recomendo a visita ao blog de uma boa amiga e uma história de vida: http://sandramatinhos.blogspot.com/

Fiquem bem... :)


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